Foi um acordar violento para a Escócia no jogo de abertura do Euro 2024. Uma goleada por 5-1 frente à Alemanha em Munique deixou o sempre optimista Tartan Army de rastos. Não foi pela derrota (que era previsível) frente aos anfitriões, mas pela inquietante sensação de impotência e a desconfortável noção de que a Escócia talvez seja a pior equipa do torneio. Para espantar estas duas sensações, a Escócia precisa mostrar alguma coisa, em Colónia, nesta quinta-feira (20h, SPTV1), frente a uma tranquila Suíça, que se apresentou bem neste Euro, a vencer a Hungria por 3-1. Mais um triunfo e os suíços podem encarar a jornada final, frente aos alemães, com os dois pés nos “oitavos”.
Já houve um tempo em que o futebol escocês tinha outro estatuto internacional – jogadores de qualidade indiscutível (Dalglish, Law, Souness) e equipas com presença na Europa, como os “Lisbon Lions”, a famosa equipa do Celtic campeã europeia em 1967. A presença em grandes competições de selecções é que nunca foi grande coisa – nunca passaram da fase de grupos em oito Mundiais e três Europeus e, em 33 jogos disputados (já contando com o da última sexta-feira), apenas venceram seis o que lhes dá a segunda pior percentagem de vitórias de uma selecção europeia (18%) com, pelo menos, 25 jogos disputados, apenas atrás da Bulgária (4 em 32, 13%).
Agora, as boas sensações da qualificação (que incluíram uma vitória sobre a Espanha) deram lugar a muitas dúvidas sobre a real valia dos escoceses (que podem ter gente da Premier League, como Andy Robertson ou Scott McTominay, do United, mas também têm muitos da Liga escocesa e da segunda divisão inglesa).
Steve Clarke quer garantir que as coisas serão diferentes no segundo jogo. “Houve muitas coisas que correram mal e que temos de corrigir, como tentar não conceder cinco golos. Dei pontapés em alguns rabos, dei alguns abraços e tentei que os jogadores compreendessem como é que o resultado contra a Alemanha aconteceu e como é que não pode acontecer outra vez”, comentou o técnico escocês.
Bem melhor está a Suíça, selecção experiente e formada por jogadores com rodagem em equipas de topo, que ultrapassou com relativa facilidade o seu obstáculo húngaro e parece lançada para um lugar na fase a eliminar pelo terceiro Europeu consecutivo – chegaram, inclusive, aos quartos-de-final em 2020.
A selecção orientada por Murat Yakin, antigo central, vai tentar, pela primeira vez, ganhar os seus dois primeiros jogos numa grande competição de selecções. E, para que tal aconteça, “só” precisam de repetir a receita do primeiro jogo, como diz Vincent Sierro, médio suíço do Toulouse: “Eles vão lutar por todas as bolas e não vão desistir. Só temos de fazer o nosso jogo e mostrar o mesmo controlo que já mostrámos.”