O Gil Vicente fica novamente sem presidente, quatro meses após as eleições que colocaram no cargo Avelino Dias da Silva. O agora ex-dirigente diz aos sócios gilistas que as razões que o levaram ao cargo “estão ultrapassadas”, pedindo desculpa aos adeptos por interromper o mandato. O clube de Barcelos fica, assim, sem presidente a meras semanas do início da pré-época.
“Os gilistas sabem que estou ligado ao clube há muitos anos como apoiante e director, mas a vida de forma inesperada levou-me à presidência. Vim com espírito de missão e devo dizer-lhes que exerci o cargo com enorme entusiasmo e uma paixão imensa. Sempre com equilíbrio, razoabilidade e tentando ser justo. Felizmente, as razões que me obrigaram a este lugar estão ultrapassadas. Aos queridos sócios do nosso clube, as minhas desculpas por interromper o mandato. Estarei eternamente grato pela confiança que depositaram na minha pessoa aquando das eleições”, escreveu Avelino Dias da Silva, numa nota publicada esta quinta-feira no site do clube.
Ainda não são conhecidos planos quanto ao futuro próximo do clube, nem se está a ser planeada uma nova ida às urnas para os sócios escolherem novo presidente. Rui Dias, vice-presidente dos “galos”, deverá ser o substituto imediato de Avelino Dias da Silva. O empresário venceu as eleições frente a Hugo Vieira, ex-jogador do clube, no passado mês de Fevereiro, substituindo o irmão, Francisco Dias da Silva, na presidência do clube. O antigo jogador diz agora ao PÚBLICO que o tempo escolhido para esta demissão mostra “falta de respeito pelos sócios”, dizendo que, em cerca de uma hora, recebeu incontáveis mensagens a pedir uma nova corrida à presidência.
“Está em causa a credibilidade do Gil Vicente a nível nacional. Isto não é uma brincadeira”, refere Hugo Vieira. Antes de apontar às eleições, diz que o clube precisa de estabilidade no momento em que começa a preparação para a nova época. Depois, logo se verá: “Vou reunir com a minha lista e decidir o que é melhor para nós e principalmente o que será melhor para o Gil Vicente. Terei de agilizar toda a minha vida em função disso novamente, não ponho nada de parte. Disse que estaria sempre aqui para o que o Gil Vicente precisasse.”
Nos quatro meses enquanto dirigente máximo dos gilistas, Avelino Dias da Silva viu a equipa assegurar a permanência na I Liga, depois de uma temporada marcada por uma troca de treinador em pleno mês de Abril. Aquando da saída de Vitor Campelos, os “galos” estavam apenas a dois acima da “linha de água”, com Tozé Marreco a conseguir pontos vitais nas derradeiras jornadas que permitiram aos gilistas terminar na 12.ª posição.