O partido do Governo em Angola pretende levar ainda mais longe a reforma administrativa do país que foi aprovada na generalidade em Fevereiro pela Assembleia Nacional. Depois da reunião desta sexta-feira, o Bureau Político do Comité Central do MPLA enviou uma recomendação ao seu grupo parlamentar para que seja criada uma nova província, partindo Luanda em duas áreas distintas.
A decisão foi avançada no comunicado final da 10ª reunião extraordinária do principal órgão do MPLA, que foi presidida pelo chefe de Estado e líder do partido, João Lourenço. O comunicado, lido pelo porta-voz, Esteves Hilário, não adianta pormenores sobre a proposta, diz a Lusa.
A Proposta de Divisão Político-Administrativa, aprovada na generalidade pelos deputados em Fevereiro, e actualmente a ser discutida ao nível das comissões, prevê a criação de duas novas províncias no Leste de Angola: a de Cassai Zambeze, surgida da divisão do Moxico, com sede no Cazombo; e a partição do Cuando Cubango nas províncias do Cuando, com sede em Mavinga, e Cubango, com sede no Menongue.
Se a proposta do Bureau Político for avante, e tudo indica que sim, Angola passará a ter 21 províncias ao invés das 18 que tem actualmente. Além disso contará com mais 161 novos municípios, passando a contar com 325, quase o dobro dos actuais, e 375 comunas.
A nova divisão político-administrativa do país (com as 20 províncias) passou no Parlamento com os votos favoráveis do MPLA e dos deputados únicos do PRS e da FNLA, as abstenções do Partido Humanista de Angola e os votos contra da UNITA.
“Com 164 municípios, o executivo mostra-se incapaz de resolver os problemas e, como estas alterações, em que o país passará contar com 20 províncias, 325 municípios e 375 comunas, como vai ser?”, justificou na altura o deputado Américo Chivukuvuku, que leu a declaração de voto do grupo parlamentar da UNITA.