A Alemanha não é um bicho papão e a Suíça provou isso mesmo este domingo em Frankfurt no encerramento das contas do Grupo A. A geração de ouro do futebol helvético esteve a vencer grande parte da partida, poderia ter ampliado a vantagem, mas acabou por ceder o empate nos descontos. Os germânicos confirmaram o primeiro lugar e terão agora de superar nos “oitavos” o segundo classificado do Grupo C, que é como quem diz Inglaterra, Dinamarca, Eslovénia ou Sérvia, que ainda têm tudo para resolver.
Os germânicos confirmaram o primeiro lugar e estão no caminho de Portugal, que podem encontrar nos quartos-de-final. Para lá chegar, terão de superar nos “quartos” o segundo classificado do Grupo C, que é como quem diz Inglaterra, Dinamarca, Eslovénia ou Sérvia, que ainda têm tudo para resolver.
Os suíços chegaram à ronda final da fase de grupos com tudo para ganhar e pouco a perder. No segundo lugar, com quatro pontos, um empate serviria perfeitamente o objectivo principal de apuramento para os “oitavos”, mas um triunfo catapultava-a para um inédito primeiro lugar na fase de grupos, ultrapassando os germânicos, já apurados. E mesmo uma derrota, não seria impeditiva face à confortável vantagem na contabilidade dos golos marcados e sofridos em relação à Escócia, a única selecção que a poderia alcançar.
Mas foi com aspirações mais ambiciosas que os helvéticos prepararam a primeira partida com o seu vizinho em fases finais de um Europeu. Concedeu a iniciativa ao adversário, como era expectável, mas defendeu com inteligência, competência e solidariedade.
Povoando o centro do terreno, nomeadamente com um duplo pivô (Remo Freuler e Granit Xhaka), os helvéticos impossibilitavam a insistência alemã em tentar fluir o seu jogo atacante pelos mesmos terrenos, ignorando as laterais em quase toda a primeira parte.
Com uma posse de bola esmagadora (66% ao intervalo), a circulação germânica foi completamente inconsequente na primeira metade, onde não criou nenhuma oportunidade clara de golo, exceptuando um lance anulado pelo VAR, aos 17’. Robert Andrich fez a bola entrar nas redes, mas o lance foi precedido por uma falta atacante clara de Jamal Musiala.
Dúvidas também teve o VAR sobre o posicionamento de Dan Ndoye, aos 28’, quando o atacante suíço, solicitado por Remo Freuler, superou Rudiger e fez gelar os adeptos alemães ao colocar a sua equipa em vantagem. Uma jogada de perigo, um remate enquadrado e um golo. Eficácia a 100%.
E ainda antes do descanso, o mesmo N’doye ainda esteve perto de bisar num remate cruzado que cheirou o poste esquerdo de Manuel Neuer, que tinha acabado de sofrer o segundo golo neste Europeu. Uma prenda envenenada para o veterano guarda-redes do Bayern Munique que comemora a sua 18.ª partida em campeonatos da Europa, superando o recorde do italiano Gianluigi Buffon (17 jogos).
Se o seleccionador Julian Nagelsmann apresentou em Frankfurt o mesmo “onze” inicial que alinhou nas duas primeiras partidas deste torneio, apesar de já ter garantido o acesso aos oitavostambém não viu necessidade de mexer na equipa ao intervalo, apesar da desvantagem.
Mas a Alemanha voltou mesmo assim diferente, procurando descongestionar o corredor central e alargando o seu jogo às faixas laterais para criar mais desequilíbrios e tirar a Suíça da sua zona de confronto defensivo. Cresceu na partida e, em apenas cinco minutos (50’ e 55’), criou duas boas oportunidades, por Musiala e Toni Kroos.
Os alemães foram crescendo e os suíços recuando o seu bloco, já com algumas unidades em sub-rendimento, especialmente no ataque. Murat Yakin refrescou a equipa, aos 65’, com uma tripla substituição, entrando Amdouni, Duah e Vargas, com os suíços a procurarem subir as suas linhas e a incomodar Neuer.
Na fase final, poderia mesmo ter alcançado o segundo, mas acabou por sofrer o golo do empate nos descontos, quando Fullkrug (entrado aos 76’) bateu pela única vez Sommer.