Parecia que ia acabar 0-0, com escoceses e húngaros a perderem – o resultado afastava a Hungria e deixava a Escócia com pé e meio fora do Campeonato da Europa -, mas o último remate do jogo manteve os magiares com esperanças. Numa partida em Estugarda onde os escoceses foram melhores durante grande parte da partida, um contra-ataque finalizado por Kevin Csoboth, no décimo minuto de descontos, garantiu a vitória magiar (1-0), mas os três pontos, com um saldo negativo de três golos, deixa a Hungria à espera de um milagre para chegar aos oitavos-de-final.
Já se sabia que nas bancadas do Mercedes-Benz Arena a animação estaria garantida por escoceses e húngaros que, com estilos bem diferentes, são dos mais fervorosos na Europa. No entanto, dentro do campo, Escócia e Hungria estavam sob pressão e com as contas do que necessitavam bem definidas.
Do lado dos britânicos, a derrota implicava o afastamento imediato e, em caso de empate, a conquista de dois pontos no Grupo A tornava quase inevitável a eliminação como um dos piores terceiros lugares. No entanto, um triunfo deixava a selecção comandada por Steve Clark em boa posição para seguir em frente.
Já para a Hungria, os cálculos eram mais complicados. Com uma derrota ou um empate, os magiares estavam imediatamente fora do Euro 2024 e, mesmo vencendo, teria de ser por margem dilatada para alimentarem esperanças de serem, com três pontos, um dos melhores terceiros lugares.
Com esta equação, seria de esperar que fossem os húngaros a assumirem o comando para tentarem construir uma vitória que suavizasse o saldo de quatro golos negativos. Porém, estranhamente o jogo começou com a Hungria retraída.
O resumo dos primeiros 45 minutos traduz-se numa Escócia com mais bola (64%), mas incapaz de materializar essa supremacia em oportunidades ou remates, enquanto a tímida Hungria fazia o oposto: arriscava pouco ou nada, mas quando tinha oportunidade – quase sempre de bola parada – criava perigo para Angus Gunn.
Assim, apesar de algumas ameaças, sempre com Szoboszlai com o papel de protagonista, o intervalo chegou com um zero que se ajustava na perfeição à pouca competência das duas equipas. Isto apesar de Willi Orban, aos 41’, ter desaproveitado uma grande passe de Szoboszlai, acertando de raspão na barra escocesa.
A segunda parte arrancou com um aparente maior atrevimento magiar, mas rapidamente o jogo voltou a ser mais do mesmo: mais posse escocesa e mais objectividade húngara. Tudo isto, porém, com muito pouca qualidade futebolística.
O jogo, todavia, sofreu um safanão no minuto 68, quando um choque dentro da área da Escócia deixou Barnabás Varga inanimado no relvado. Seguiram-se momentos de grande apreensão dentro e fora do campo e, após cinco minutos de interrupção, o jogo foi retomado já sem o avançado da Hungria em campo – Varga foi retirado de maca, não havendo à hora de fecho desta edição informação sobre o estado físico do jogador.
A partir daí, os húngaros mudaram a atitude e, com o jogo partido nos últimos minutos, surgiram boas oportunidades para ambas as selecções marcarem. Porém, o zero a zero, parecia inevitável até que, no último fôlego, o remate certeiro de Csoboth acabou com as esperanças da Escócia, e deixou a Hungria a fazer contas até ao fecho de todos os grupos.