O ministro da Saúde da Arábia Saudita, Fahd al Yalayel, confirmou este domingo, 23 de Junho, que foram registadas 1301 mortes durante a época de peregrinação a Meca e aos locais sagrados do Islão, principalmente devido às altas temperaturas. A maioria não tinha autorização para esta reunião anual.
Al Yalayel, citado pela agência espanhola Efe, destacou que 83% dos mortos não receberam autorização oficial para realizar a peregrinação e explicou que muitos deles faziam longas caminhadas a pé, ao sol, sem qualquer tipo de protecção ou descanso. Segundo o portal de notícias Ajbar24, alguns eram idosos e doentes crónicos.
O ministro explicou que os mortos foram identificados e os familiares informados, embora tenha alertado que o processo pode demorar, já que muitos não tinham identificação.
Muitos peregrinos permanecem hospitalizados, acrescentou Al Yalayel, destacando o trabalho dos profissionais de saúde e das forças de segurança sauditas. Pelo menos 95 pacientes sem autorização para a peregrinação foram transferidos para Riade e outras cidades para receberem cuidados médicos gratuitos.
O Hajj, a maior peregrinação muçulmana a Meca, terminou na passada quarta-feira, 19 de Junho, após cinco dias de rituais religiosos, marcados por altas temperaturas, que chegaram a 51,8 graus Celsius.
Devido ao elevado preço da viagem, com um custo médio de 4600 euros por pessoa, muitos peregrinos optam por outros meios, que a Arábia Saudita considera ilegais. Estes peregrinos não-oficiais não têm acesso a instalações e tendas com ar condicionado durante a peregrinação.
O Egipto, que já confirmou mais de 600 mortes entre os fiéis, e a Jordânia, que conta 99 óbitos, anunciaram que vão processar indivíduos e agências que facilitaram a viagem dos peregrinos fora dos canais oficiais.