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Pacto de não agressão entre Países Baixos e França

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Pacto de não agressão entre Países Baixos e França

Há muita gente a dizer que este Euro 2024 poderá bem ser o melhor de sempre. Golos, emoção, espectáculo, favoritos a passarem dificuldades perante equipas menos cotadas. Com esta dinâmica, o Países Baixos-França, duelo em Leipzig entre duas equipas de alto potencial para o futebol-espectáculo, tinha tudo para ser mais um desses grandes jogos. Quem ganhasse, garantia logo um lugar nos oitavos-de-final. Ninguém ganhou. E ninguém marcou golos. O Países Baixos-França, jogo grande do dia e um dos mais esperados da fase de grupos, foi o primeiro deste Euro que não teve golos. E, com o triunfo da Áustria sobre a Polónia, ficou tudo em aberto sobre como irá ficar a hierarquia do Grupo D, algo que interessa a Portugal para os cruzamentos dos jogos a eliminar.

Até à hora do jogo, Deschamps manteve o segredo sobre a utilização do homem da máscara, Mbappé, que ficou no banco à espera de uma chamada do seu treinador. E não houve um substituto directo para o novo avançado do Real Madrid, antes uma mudança de plano, com reforço do meio-campo através de Tchouaméni.

Em teoria, boas notícias para Ronald Koeman e para os Países Baixos, que teriam menos preocupações em defender um dos homens mais velozes do futebol internacional.

Mesmo sem Mbappé, ambas as selcções entraram no jogo a correr. Primeiro os Países Baixos, numa corrida de Frimpong ainda dentro do primeiro minuto, a que Maignan respondeu bem. Pouco depois, foi Griezmann a atirar de fora da área, com Verbruggen a defender para o campo.

Estes primeiros minutos eram prometedores – a bola iria entrar várias vezes nas balizas. Não havia dúvida. E aos 14’, uma dupla oportunidade francesa a confirmar essas sensações – primeiro, Rabiot a passar a batata a Griezmann na pequena área, mas este escorregou e, no seguimento, voltou a atirar ao lado. Na resposta, Gakpo, veio da esquerda para dentro e também ficou perto de marcar.

Depois, seguiu-se quase uma hora em que pouco ou nada se passou, como se França e Holanda tivessem assinado um pacto de não-agressão para dividirem os pontos e manterem-se a par no topo do agrupamento e com a qualificação segura. Ainda assim, houvevmais França, a imperar no meio e a circular bem, com Kanté a mostrar que o futebol árabe não lhe moderou a rotação, mas a muralha neerlandesa parecia demasiado bem colocada para permitir algum intruso na zona de perigo.

Avancemos até aos 65’. Finalmente a França conseguiu circular de modo a ganhar superioridade numérica na área neerlandesa, com a bola de gola a ficar ao alcance de Griezmann. Mas o homem do Atlético Madrid voltou a escorregar e não conseguiu rematar em condições.

Na resposta, os Países Baixos foram mais perigosos do que alguma vez tinha sido no jogo todo. A bola entrou em Memphis, que, de costas para a baliza, rodou e atirou. Maignan sacudiu, mas a bola foi ter com Xavi Simons. O homem da casa (jogou no RB Leipzig por empréstimo do PSG) atirou, a bola entrou e os neerlandeses celebraram aquilo que pensavam ser o golo do desbloqueio. Alegria breve. O árbitro britânico Anthony Taylor mandou cancelar a festa porque Dumfries estava perto do guarda-redes francês e fora-de-jogo no momento do remate – estava ao lado e não à frente, mas era clara a sua influência no processo de decisão do guardião do AC Milan.

Como as coisas não estavam a resultar com os artistas, os treinadores decidiram-se por usar os especialistas do golo. Cada um lançou o seu “9” puro, Deschamps recorreu a Oliver Giroud, melhor marcador da história da França, Koeman lançou a sua arma secreta, Wout Weghorst, o “pinheiro” que já dera a vitória frente à Polónia. Iriam os especialistas impedir o primeiro jogo a zeros deste Euro? Nem eles conseguiram.

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