Os rebeldes Houthis do Iémen reivindicaram a autoria de um ataque com um barco carregado de explosivos no mar Vermelho que, segundo os EUA, causou “graves inundações” e danos a bordo de um cargueiro.
Num comunicado, os Houthis disseram que realizaram uma “operação militar visando o navio Tutor no mar Vermelho, usando um drone marítimo, drones aéreos e mísseis balísticos”, na noite de quarta-feira.
Tanto a empresa britânica de segurança marítima Ambrey como a agência de segurança marítima UKMTO, que está sob a tutela do exército do Reino Unido, tinham já mencionado um pedido de socorro emitido pelo navio operado por uma empresa da Grécia.
Um “navio de superfície não tripulado” dos Houthis atingiu o Tutorcom bandeira da Libéria e que tinha “atracado recentemente na Rússia”, sublinhou o Comando Central do exército dos Estados Unidos (Centcom), responsável pelo Médio Oriente.
Este ataque “causou graves inundações e danos à sala de máquinas”, acrescentou o Centcom, afirmando também que destruiu três mísseis anti-navio e um drone dos Houthis nas 24 horas anteriores.
O navio foi atingido a cerca de 68 milhas náuticas (125 quilómetros) a sudoeste de Hodeida, um porto controlado pelos rebeldes no oeste do Iémen, de acordo com a Ambrey.
A UKMTO especificou que o Tutor foi atingido por um dispositivo “de cor branca e de cinco a sete metros de comprimento”. “O navio tomou água e não está mais sob o controlo da tripulação”, disse a agência britânica, citando o capitão do navio.
A UKMTO acrescentou que o navio foi “atingido pela segunda vez por um projéctil aéreo não identificado” e que as autoridades militares estavam a prestar assistência ao barco.
Desde Novembro que os Houthis lançaram dezenas de ataques com drones e mísseis contra navios no mar Vermelho e no Golfo de Aden, perturbando o comércio marítimo global nesta área estratégica. Aliados do Irão, os rebeldes do Iémen dizem estar a agir em solidariedade com os palestinianos no contexto da guerra iniciada em Outubro entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Confrontados com os ataques, os Estados Unidos, apoiantes de Israel, criaram uma força multinacional em Dezembro para proteger a navegação no mar Vermelho e lançaram ataques contra os rebeldes no Iémen em Janeiro, com a ajuda do Reino Unido.
Mas os ataques não dissuadiram os Houthis, que controlam a capital iemenita, Saná, e outras zonas do norte e oeste do país desde 2015, e passaram a apontar como alvos navios ligados a Israel, bem como navios norte-americanos e britânicos.